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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Feliciano: se ensinam Darwin, que ensinem Moisés nas escolas


Para o deputado, a Teoria da Evolução "não tem comprovação" e, portanto, daria margem ao ensino criacionista em paralelo para explicar a origem da vida. O PL não explicita em que disciplina deveria ser ensinado o conteúdo, mas, por sugeri-lo como uma alternativa ao evolucionismo, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) manifestou-se contra a proposta que considera cheia de "equívocos".

A SBPC esclarece, em documento endereçado à Câmara dos Deputados, eventuais confusões feitas por quem coloca o evolucionismo e o criacionismo no mesmo saco. Para a Ciência, "uma teoria é uma explicação compreensível de uma característica da natureza que é apoiada por muitos fatos ao longo do tempo". No caso, o conceito de evolução é apoiado pelo registro de fósseis, a pesquisa com DNA e a descoberta de que espécies têm ancestrais comuns, entre outros achados, que "somam evidências fortes que a evolução pela seleção natural é como a vida na Terra surgiu e se tornou diversa". Já o criacionismo não é teoria, é crença, e ocorre, segundo o próprio texto do PL, "por força da fé, dos costumes, das tradições e dos ensinos cristãos".

Em um ponto, a SBPC e Feliciano concordam: não há conflito entre ciência e religião. Mas, para os cientistas, é cada macaco no seu galho, ou seja, o criacionismo poderia ser ensinado em eventuais aulas de religião, facultativas por lei, mas não em disciplinas científicas, com matrícula obrigatória. "O fato de uma teoria não ser considerada científica não quer dizer que seja desprovida de significado ou importância."

Fonte: Terra