Para o deputado, a
Teoria da Evolução "não tem comprovação" e, portanto, daria margem ao
ensino criacionista em paralelo para explicar a origem da vida. O PL não
explicita em que disciplina deveria ser ensinado o conteúdo, mas, por sugeri-lo
como uma alternativa ao evolucionismo, a Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC) manifestou-se contra a proposta que considera cheia de
"equívocos".
A SBPC esclarece, em
documento endereçado à Câmara dos Deputados, eventuais confusões feitas por
quem coloca o evolucionismo e o criacionismo no mesmo saco. Para a Ciência,
"uma teoria é uma explicação compreensível de uma característica da
natureza que é apoiada por muitos fatos ao longo do tempo". No caso, o
conceito de evolução é apoiado pelo registro de fósseis, a pesquisa com DNA e a
descoberta de que espécies têm ancestrais comuns, entre outros achados, que
"somam evidências fortes que a evolução pela seleção natural é como a vida
na Terra surgiu e se tornou diversa". Já o criacionismo não é teoria, é crença,
e ocorre, segundo o próprio texto do PL, "por força da fé, dos costumes,
das tradições e dos ensinos cristãos".
Em um ponto, a SBPC e
Feliciano concordam: não há conflito entre ciência e religião. Mas, para os
cientistas, é cada macaco no seu galho, ou seja, o criacionismo poderia ser
ensinado em eventuais aulas de religião, facultativas por lei, mas não em
disciplinas científicas, com matrícula obrigatória. "O fato de uma teoria
não ser considerada científica não quer dizer que seja desprovida de significado
ou importância."